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Caso ocorreu na Prefeitura de Ponta Grossa FOTO: DIVULGAÇÃO |
Um servidor da Prefeitura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, virou alvo de uma investigação policial após ser acusado de comparecer ao local de trabalho apenas para registrar presença e, em seguida, ir embora, sem cumprir a jornada de trabalho. O comportamento teria se repetido ao longo de quase dois anos.
Identificado como Luciano Gaspar Daru, de 56 anos, o servidor ocupava o cargo de técnico administrativo na Secretaria Municipal de Fazenda desde 2023, com expediente das 12h às 18h. Ele era concursado há 26 anos e recebia um salário bruto superior a R$ 2.300.
As suspeitas começaram a surgir quando colegas perceberam atitudes incomuns do funcionário, como trajar bermuda e chinelo para ir ao serviço — o que contrasta com o padrão esperado em um ambiente público. Imagens das câmeras de segurança da prefeitura reforçaram as denúncias. Em uma das gravações, é possível ver Daru entrando pelos fundos do prédio, permanecendo por apenas 1 minuto e 15 segundos antes de sair.
Segundo a investigação, esse comportamento se tornou rotina: ele batia o ponto no início da tarde e retornava apenas no fim do expediente, também para registrar a saída — prática que levantou suspeitas e foi apontada como fraude funcional.
Em 2024, a Prefeitura de Ponta Grossa instaurou uma apuração interna e, diante dos indícios coletados, encaminhou o caso para a Polícia Civil no ano seguinte.
O delegado responsável pela apuração, Derick de Moura Jorge, confirmou nesta terça-feira (15) que o servidor foi formalmente indiciado. O crime imputado a Daru é o de inserção de dados falsos em sistemas informatizados da administração pública com o objetivo de obter vantagem indevida. Trata-se de uma infração prevista no Código Penal com pena que pode variar de 2 a 12 anos de prisão, além de multa.
A conduta investigada, considerada grave por afetar diretamente os princípios da moralidade e da legalidade no serviço público, chamou a atenção pela duração e pela aparente tranquilidade com que era executada. A Polícia Civil segue com a apuração para reunir todos os elementos necessários antes da conclusão do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público.
Até o momento, a defesa de Luciano Daru não se pronunciou publicamente sobre as acusações. A Prefeitura de Ponta Grossa, por sua vez, informou que acompanha o caso e aguarda o desfecho da investigação criminal para tomar as medidas administrativas cabíveis.