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Carlos Evandro Teixeira foi demitido um dia antes da explosão |
A tragédia que abalou o Paraná nesta semana segue repercutindo em todo o Brasil. A explosão na fábrica de explosivos Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, deixou nove pessoas mortas e ao menos sete feridas na manhã da última terça-feira (12).
Em meio às histórias marcantes que emergem após o acidente, um depoimento chamou a atenção. O G1 Paraná trouxe à tona o relato de Carlos Evandro Teixeira, ex-funcionário da empresa, que foi demitido um dia antes da explosão.
Carlos, morador de Campina Grande do Sul, atuava como líder de manutenção e conhecia a rotina de cada setor da fábrica. Em entrevista ao portal, ele afirmou que recebeu a notícia da demissão com preocupação, especialmente por ter a esposa grávida prestes a dar à luz. Contudo, ao saber do acidente horas depois, interpretou o ocorrido como um livramento:
“Eu sei que Deus me livrou. Eu fico triste pela situação, pelas famílias, pelos filhos, pelos pais. Quem ficou vai sofrer muito por isso”, disse o ex-funcionário.
Segundo ele, a oração era um hábito dos trabalhadores antes de cada troca de turno, e a própria delegada responsável pela investigação confirmou que os funcionários atingidos estavam reunidos em oração minutos antes da explosão.
Identificação das vítimas
Enquanto relatos comoventes ganham destaque, as autoridades seguem o trabalho técnico de identificação das vítimas. O Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e a Polícia Científica atuam em conjunto, utilizando protocolos internacionais de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), adotados pela Interpol.
O governo do Paraná confirmou o apoio de peritos dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o que deve acelerar o processo. Inicialmente previsto para durar até 30 dias, o prazo para conclusão da identificação pode cair para cerca de 10 dias.
Repercussão nacional
A explosão em Quatro Barras gerou ampla repercussão em todo o país, não apenas pelo número de vítimas, mas também pelas circunstâncias em que ocorreu. Diversas autoridades estaduais e federais se manifestaram, e investigações seguem em andamento para esclarecer as causas do acidente.
Enquanto isso, famílias enlutadas aguardam ansiosamente pela liberação dos corpos para prestar as últimas homenagens, em meio a uma das maiores tragédias industriais recentes do Paraná.