![]() |
Familiares de Josicler estão mais aliviado com a condenação de ambos assassinos |
Terminou na noite desta sexta-feira (19), no Fórum de Justiça de Rio Negro, um dos julgamentos mais aguardados pela população de Piên e região. O ex-vereador Leonides Maahs e o pedreiro Luan Bachel foram condenados pelo Tribunal do Júri pelo brutal feminicídio de Josicler Pieckocz, ocorrido em fevereiro deste ano. O veredito foi anunciado por volta das 20 horas, colocando fim a meses de expectativa e comoção popular.
Leonides recebeu a pena de 40 anos de prisão – a pena máxima prevista –, enquanto Luan foi condenado a 33 anos de reclusão. Diferente de outras ocasiões, em que conseguiu escapar das punições, desta vez o ex-vereador deixou o tribunal direto para a prisão, sob forte sentimento de justiça por parte da comunidade.
O crime que chocou Piên
No início de fevereiro de 2025, a dona de casa Josicler foi assassinada a marretadas, em um ato de extrema violência que deixou a pequena cidade em luto. As investigações apontaram Leonides Maahs como mandante e participante direto do crime, tendo Luan Bachel como comparsa na execução.
![]() |
Josicler Pieckocz foi brultamente assassinada pelo pedreiro e por seu próprio marido |
A crueldade do feminicídio causou revolta imediata, não apenas em Piên, mas em toda a região, reacendendo debates sobre violência contra a mulher e a sensação de impunidade diante do histórico de Leonides.
O histórico de Leonides: crimes e julgamentos
A condenação desta sexta-feira trouxe à tona lembranças de outros episódios marcantes. Em 2016, o ex-vereador foi acusado de envolvimento no assassinato do prefeito eleito de Piên, José Loir Dreveck, e também do trabalhador Genésio de Almeida.
![]() |
Julgamento de Leonides trouxe lembranças de outras tragédias que chocaram Piên, como a morte do técnico de segurança Genésio Almeida e do prefeito eleito em 2016, José Loir Dreveck |
Apesar das investigações e do forte clamor social, Leonides conseguiu, à época, escapar de condenações e chegou a sair pela porta da frente do Fórum de Justiça de Rio Negro, reforçando entre muitos moradores a sensação de impunidade. Esse histórico tornou o julgamento atual ainda mais simbólico: para a comunidade, enfim, a justiça prevaleceu.
Repercussão do veredito
A notícia da condenação se espalhou rapidamente pelas ruas de Piên neste sábado (20). O clima é de alívio e justiça, após anos de indignação com a forma como Leonides parecia escapar das punições.
Familiares de Josicler, embora conscientes de que a decisão não trará a vida de volta, se disseram aliviados com a sentença. “É uma dor que nunca vai passar, mas pelo menos agora temos a certeza de que ele vai pagar pelo que fez”, declarou um parente emocionado.
O julgamento também reacendeu a memória dos moradores sobre as perdas de José Loir Dreveck e Genésio de Almeida, lembrando que o município já havia sofrido com crimes marcados por disputas políticas e violência.
Um marco para a comunidade
A condenação de Leonides e Luan representa, para muitos, um divisor de águas na luta por justiça em Piên. O sentimento predominante é de que a cidade pode, enfim, virar uma página de sua história marcada por tragédias e pela sensação de impunidade.
Neste sábado, a fala mais ouvida entre os moradores é de que “a justiça desta vez não falhou”. Piên respira um pouco mais aliviada, convicta de que, ao menos neste caso, a voz do povo foi ouvida e a memória de Josicler Pieckocz foi honrada com o rigor da lei.