Apesar do aumento do tédio, alunos estão prestando mais atenção nas aulas
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Segundo levantamento divulgado pela Agência Brasil, a proibição do uso de celulares nas salas de aula trouxe resultados mistos. Por um lado, 44% dos alunos relataram sentir mais tédio nos intervalos e recreios — número que chega a 47% no Ensino Fundamental I e 46% entre os estudantes do período matutino. Professores também observaram aumento de ansiedade em 49% dos casos.
Por outro lado, o estudo aponta avanços importantes no foco e na atenção durante as aulas, evidenciando que a medida tem contribuído para um ambiente mais produtivo. O Nordeste lidera os resultados positivos, com 87% de melhora no comportamento dos estudantes. Já no Centro-Oeste e Sudeste, o índice foi menor, de 82%, revelando variações regionais na eficácia da lei.
O deputado Rafael Brito, presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, destacou que os resultados reforçam a prioridade que deve ser dada à educação: “Proteger nossos estudantes do uso do celular em sala de aula é garantir um ambiente mais saudável e focado no aprendizado. O resultado que vemos hoje é a confirmação de que a educação precisa ser prioridade.”
Para Claudia Costin, presidente do Equidade.info, a restrição foi positiva, mas precisa vir acompanhada de alternativas: “Houve avanços no foco dos alunos, mas questões como tédio, ansiedade e bullying seguem presentes. É preciso criar novas formas de interação para cada faixa etária.”
O coordenador da pesquisa, Guilherme Lichand, professor da Stanford Graduate School of Education, ressaltou que a lei abre espaço para repensar a relação das escolas com os estudantes: “Mais do que limitar o uso do celular, o desafio é garantir práticas pedagógicas que mantenham os alunos engajados e conectados ao aprendizado.”
A lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula foi sancionada em janeiro de 2025. O levantamento ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas e privadas em todas as regiões do Brasil, entre maio e julho de 2025.