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Argentina e Paraguai reforçam segurança na fronteira após confrontos na Penha e no Alemão

Patrulhamento nas fronteiras com o Brasil foi reforçada após medo de debandada de bandidos do Comando Vermelho para aqueles países - FOTO: Divulgação


Dias após a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense, os efeitos da ação já ultrapassam as fronteiras brasileiras. Os governos da Argentina e do Paraguai anunciaram, nesta semana, o reforço no patrulhamento de suas regiões fronteiriças com o Brasil, temendo uma possível fuga de integrantes do Comando Vermelho para países vizinhos.

A decisão foi confirmada pela ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, que publicou em suas redes sociais uma ordem enviada à Secretaria de Segurança Nacional determinando o envio de mais tropas federais para as áreas de fronteira. Segundo ela, o objetivo é prevenir riscos internos.
“Reforçamos a segurança na fronteira para proteger os argentinos diante de qualquer debandada resultante dos confrontos no Rio de Janeiro”, afirmou.

No mesmo documento, a ministra também se refere aos membros da facção brasileira como narcoterroristas e orienta que autoridades argentinas e paraguaias atuem de forma coordenada com as polícias brasileiras. Vale lembrar que os três países já mantêm cooperação por meio do chamado Comando Tripartite da Tríplice Fronteira.

A partir de um alerta emitido por essa estrutura conjunta, o Paraguai também adotou medidas preventivas desde a madrugada de quarta-feira (29). O governo reforçou barreiras policiais, intensificou revistas e aumentou fiscalizações em pontos estratégicos de circulação.


Operação Contenção no Rio de Janeiro

A chamada Operação Contenção, deflagrada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, resultou em cerca de 120 mortes, incluindo quatro policiais, segundo o último balanço divulgado. Houve ainda 113 prisões, sendo 33 de pessoas originárias de outros estados. As equipes apreenderam 118 armas de fogo e aproximadamente uma tonelada de drogas.

Com cerca de 2,5 mil agentes envolvidos, essa foi a maior operação policial realizada no estado nos últimos 15 anos. O governo do Rio classificou a ação como "um sucesso", afirmando que os suspeitos mortos teriam reagido às abordagens.
Entretanto, moradores da região, familiares e organizações de direitos humanos denunciam que parte das mortes teria ocorrido de forma sumária, com relatos de corpos encontrados em áreas de mata, muitos com sinais de execução.

Os confrontos causaram pânico generalizado: escolas suspenderam aulas, unidades de saúde fecharam temporariamente e vias importantes foram bloqueadas.


Comunicado Oficial – Governo do Paraguai (tradução na íntegra)

“Diante da situação ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, República Federativa do Brasil, e considerando o alerta emitido pelo Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, o Conselho de Defesa Nacional informa que, desde as primeiras horas do dia 28 de outubro, as instituições nacionais de segurança competentes estabeleceram medidas extraordinárias de prevenção e vigilância em toda a linha de fronteira.

O objetivo principal é impedir o eventual ingresso ao território nacional de integrantes da organização criminosa Comando Vermelho que busquem evadir-se da ação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão.

O governo nacional reafirma seu compromisso com a segurança pública e a defesa da soberania, mantendo a coordenação permanente entre as instituições nacionais e com os países vizinhos no combate ao crime organizado transnacional.”


A situação segue em monitoramento pelos três países. O Ministério da Justiça do Brasil ainda não divulgou novas orientações sobre reforços internos nas áreas de fronteira.

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