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Interdição parcial da Serra Dona Francisca promete meses de transtornos: “vai exigir paciência”

Trabalhos irão implicar em trafego em meia pista, nas imediações das obras, pelos próximos oito meses
FOTO: Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade SC


Depois da explosão de rochas que deslizou sobre a pista entre os quilômetros 15 e 17 da SC-418, o governo estadual confirmou nesta segunda-feira (13) que a obra de construção das áreas de escape implicará em restrição de tráfego por até oito meses. O trecho ficará em meia pista, no sistema pare e siga, enquanto máquinas reconstroem rampas de segurança. Durante esse período, motoristas enfrentarão lentidão intensa.

Na última sexta-feira (11), uma detonação de rochas em trechos da Serra Dona Francisca (quilômetros cerca de 15 a 17 da SC-418) causou o desmoronamento de grande volume de material, bloqueando totalmente o tráfego. As máquinas e equipes foram acionadas para limpar e liberar parte da pista, mas as explosões e os resíduos resultantes impediram a liberação integral da via no mesmo dia — o sistema “pare e siga” passou a valer, com rodízio de tráfego a cada dez minutos para cada sentido.

Segundo a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE), trata-se de uma fase “aguda” das intervenções, em que trabalhos de desmonte, rocha, terraplanagem e pavimentação coincidem. A previsão é que as áreas de escape (estruturas de segurança que permitirão veículos em pane ou descargas de carga em rampas) fiquem prontas até dezembro, após o que se iniciará a pavimentação final. Depois disso, o trânsito pleno poderia ser retomado — embora ainda com algum monitoramento temporário — por volta de junho do ano que vem, segundo estimativa oficial.

Explosão de rochas na última sexta-feira causou interdição total da rodovia SC-418 no trecho da serra


Vale destacar que as áreas de escape que estão sendo implantadas são inéditas para rodovias estaduais de Santa Catarina — até hoje, só havia esse modelo de infraestrutura em rodovias federais, como a BR-376. O investimento total gira em torno de R$ 35 milhões, dentro do programa estadual Estrada Boa, que às vezes já havia contemplado esse trecho para requalificação.

A interdição foi anunciada com antecedência, mas havia sido prevista como eventual: detonou-se rocha na quinta-feira (dia 10) e outra explosão ocorreu na sexta (dia 11), com expectativa inicial de liberar o trecho até as 17h, o que não foi possível.

Localizada entre Joinville e Campo Alegre, a Serra Dona Francisca é rota vital para escoamento de safras e movimento de turistas entre litoral e interior — mas também um trecho com histórico trágico: o desastre do ônibus com 51 mortos em 2015 permanece como lembrança dolorosa da urgência de intervenções. Assim como outro acidente ocorrido em janeiro de 2024, que resultou no derramamento de acido sulfônico, que atingiu os principais mananciais que abastecem Joinville.

Em síntese, neste segundo semestre de 2025 e início de 2026, os usuários da SC-418 terão de encarar restrições, paciência e planejamento extra. Mas se a previsão do governo for cumprida, a Serra Dona Francisca poderá emergir mais segura, com mecanismos estruturais para mitigar riscos e desafogar parte do histórico dramático que alimentou tragédias.

 

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