O caso que chocou a região de Piên e São Bento do Sul em novembro de 2023 está prestes a ter um novo capítulo. O processo envolvendo a violenta agressão sofrida pelo taxista, Augusto Biabock, de 67 anos, morador de São Bento do Sul e bastante conhecido na comunidade, avançou para julgamento, que ocorrerá no próximo dia 22 de janeiro, no Fórum de Justiça de São Bento do Sul. Vale lembrar que o taxista é pai de um comerciante de Piên e que muitos de seus familiares residem na mesma cidade.
Relembre o caso
Augusto falou na época com a reportagem do Piên em Notícias. Ele contou que, naquele fatídico dia, pela manhã, por volta das 8 horas, recebeu um chamado de três moças, solicitando uma corrida. “Elas embarcaram dentro do meu carro e eu dei início à corrida. Ao passar bem em frente ao terminal rodoviário, um homem tentou cercar o carro. Eu desviei e segui adiante. Achei estranho, mas continuei com a corrida. Um pouco mais adiante uma mulher também tentou cercar o carro. Ainda teve uma terceira tentativa, onde o vídeo mostra as pessoas se jogando na frente do carro. Nas três tentativas, fiz a mesma coisa. Desviei e segui adiante”, comentou.
Augusto disse que pensou se tratar de tentativas de assalto. “Já passei por quatro assaltos. Em um deles, fiquei amarrado a madrugada inteira no mato. Não sabia do que se tratava, imaginei que pudesse ser tentativa de assalto. Por isso, desviei e segui viagem. Deixei as passageiras na residência delas, cobrei a viagem e voltei para a rodoviária. Encostei o carro na fila novamente e me sentei no banco junto de meus colegas. Nisso, parou dois carros e duas pessoas vieram perguntar de quem era a Tracker branca. Falaram que era minha e ai nisso começou as agressões”, contou.
A repercussão foi imediata e tomou proporção nacional. O caso ganhou destaque em telejornais de grande audiência e gerou forte comoção entre moradores de Piên, São Bento do Sul e cidades vizinhas. Considerado por muitos como um homem trabalhador, pacífico e querido na comunidade, o taxista recebeu inúmeras manifestações de apoio, e a família — que também mora em Piên — relatou momentos de medo e insegurança após o episódio.
Revolta e consequências na cidade
A violência das agressões provocou indignação generalizada. A população local se mobilizou nas redes sociais e organizou atos de apoio ao idoso. A revolta atingiu níveis tão intensos que, semanas após o caso, o estabelecimento comercial vinculado ao agressor foi incendiado durante a madrugada. O caso foi tratado pelas autoridades como incêndio criminoso.
A pressão popular também fez com que os envolvidos deixassem São Bento do Sul, segundo moradores da região, devido ao clima de hostilidade e temor de novos conflitos. O episódio gerou debates sobre segurança, violência e justiça, marcando profundamente a comunidade.
Processo avança para julgamento
Segundo informações divulgadas nos últimos dias pelo jornal A Gazeta, de São Bento do Sul, o processo encontra-se agora na fase final. Isso porque a Vara Criminal da Comarca de São Bento do Sul designou para o dia 22 de janeiro de 2026, às 15h45, a audiência de instrução e julgamento referente à ação penal que envolve os réus David Haidar Chaves e Tiago Ernani de Oliveira, apontados como os autores da agressão ao idoso. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina por lesão corporal de natureza grave. A acusação sustenta que houve intenção clara de causar lesões graves ao taxista, reforçando o uso de violência desproporcional contra um idoso. Já a defesa deve apresentar sua versão e argumentos no plenário.
Família aguarda por justiça
A família do taxista, que ainda convive com sequelas emocionais e físicas deixadas pela agressão, acredita que o julgamento representa um passo importante para a responsabilização dos envolvidos. A comunidade de Piên e de São Bento do Sul segue acompanhando o caso com grande expectativa, já que o episódio se tornou um dos mais marcantes da região na última década. O Piên em Notícias continuará acompanhando o caso.
