
Lavouras de tabaco em Piên estão se desenvolvendo bem apesar de um início de safra bastante chuvoso e úmido FOTO: Alexandre Carvalho
A safra de tabaco 2025/2026 deve ser menor que a anterior em todo o Sul do Brasil, segundo estimativas divulgadas recentemente pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). O motivo está nas condições climáticas registradas ao longo do ciclo da cultura, com um ano mais úmido, noites frias e fortes tempestades com granizo, que vêm causando grandes prejuízos em diversas regiões produtoras.
Em municípios do Planalto Norte Catarinense, como Canoinhas, Rio Negrinho e Campo Alegre — próximos à região de Piên —, as lavouras foram duramente atingidas por chuvas de granizo nas últimas semanas. Em várias propriedades, o cenário é de perdas.
Piên se destaca pela boa produtividade
Enquanto isso, em Piên a realidade é bem mais favorável. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agnaldo Martins, até o momento nenhum produtor do município foi atingido por granizo. “Estamos tendo sorte, porque nos municípios vizinhos há vários casos de prejuízo. Aqui, por enquanto, as lavouras estão bem e a expectativa é positiva”, relata.
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| Lavoura de tabaco em Poço Frio, Piên |
As plantações estão em pleno desenvolvimento, com folhas parelhas e de cor verde intensa, o que demonstra boa qualidade. Algumas áreas ainda apresentam o chamado “amarelão”, onde as folhas ficam menos desenvolvidas, mas em geral a aparência é promissora. Diversas famílias já iniciaram a colheita do “baixeiro” — as folhas mais baixas do pé de fumo, colhidas nas primeiras etapas da safra.
Segundo o técnico agrícola da Emater de Piên, Jair Zeferino, a produção neste ciclo está até 20% maior em comparação com o ano passado. “A qualidade das folhas está melhor e as lavouras estão uniformes. Diferente de 2024, não há muitas falhas e o clima, apesar da umidade, vem favorecendo o desenvolvimento”, comenta.
Afubra confirma queda geral da safra
Em relação à área plantada, houve uma leve redução de 0,34%, totalizando 308,9 mil hectares nos três estados do Sul. O Paraná manteve estabilidade, com 83,8 mil hectares, Santa Catarina reduziu 1,25%, e o Rio Grande do Sul teve pequeno aumento de 0,22%.
O número de famílias produtoras também caiu ligeiramente, fechando em 135.985, com destaque para Santa Catarina, que teve queda de 2,52%. No Paraná, ao contrário, houve aumento de 1,63%, passando a 27,5 mil famílias.
