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Além do caso registrado em Piên, outros dois novos casos suspeitos foram registrados em Curitiba, envolvendo uma mulher de 17 anos e um homem de 30 - FOTO: Ricardo Ribeiro/AEN |
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou nesta quarta-feira (8) um caso suspeito de intoxicação por metanol em Piên, na Região Metropolitana de Curitiba. O paciente, um homem de 20 anos, está internado em uma unidade de saúde após relatar ter ingerido bebida alcoólica. A suspeita coloca o município e toda a região em estado de alerta, diante do aumento de notificações no Estado.
De acordo com a Sesa, outros dois novos casos suspeitos foram registrados em Curitiba, envolvendo uma mulher de 17 anos e um homem de 30. Já três casos confirmados seguem em acompanhamento médico na capital — homens de 36, 60 e 71 anos — todos apresentando melhora clínica. Além disso, dois pacientes de Maringá e Toledo aguardam resultados laboratoriais para confirmação.
Alerta e prevenção
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destacou que o momento é de atenção, mas não de pânico. “Quem for consumir bebida destilada deve observar a garrafa, o lacre, o prazo de validade e a procedência. É preciso ter o mesmo cuidado que se tem ao comprar qualquer alimento perecível”, alertou.
A Sesa já emitiu uma nota técnica a todas as Regionais de Saúde reforçando a necessidade de vigilância e notificação imediata de casos suspeitos no sistema nacional de agravos. O órgão também informou que o Ministério da Saúde enviou ao Paraná 360 ampolas do antídoto utilizado no tratamento da intoxicação por metanol — o etanol farmacêutico —, encaminhado diretamente aos hospitais que recebem os pacientes.
O Estado também comprou 424 novas ampolas, que devem chegar nos próximos dias, reforçando o estoque para atendimento emergencial. Em casos graves, um único paciente pode necessitar de até 100 ampolas durante o tratamento, dependendo do peso e da evolução clínica.
Sintomas de intoxicação por metanol
A intoxicação por metanol é grave e pode levar à cegueira ou morte se não for tratada rapidamente. O grande perigo é que o metanol não altera o cheiro ou sabor da bebida, tornando impossível identificá-lo apenas pela aparência.
Os sintomas costumam surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão e podem ser confundidos com uma ressaca comum.
Sintomas iniciais:
- Dor de cabeça, náuseas e vômitos
- Sonolência e falta de coordenação
- Tontura e confusão mental
- Sintomas graves (após 24h):
- Dor abdominal intensa
- Visão turva, fotofobia ou cegueira súbita
- Dificuldade para respirar
- Convulsões e até coma
Em caso de suspeita, a orientação é procurar imediatamente atendimento médico. Os serviços de saúde devem acionar um dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), que orientam sobre o tratamento:
📞 Curitiba: 0800 041 0148
📞 Londrina: (43) 3371-2244
📞 Maringá: (44) 3011-9127
📞 Cascavel: (45) 3321-5261
Como evitar o risco
A Sesa reforça que a população deve comprar bebidas apenas de locais confiáveis e desconfiar de valores muito abaixo do mercado. É essencial observar se o lacre está intacto, o rótulo bem impresso e se há selo fiscal do IPI — principalmente em bebidas destiladas.
Outros cuidados importantes:
- Verifique se o líquido está limpo e sem impurezas.
- Evite produtos com rótulos borrados ou com erros de ortografia.
- Exija nota fiscal em caso de compra para revenda.
Contexto estadual
Desde o início da investigação, o Paraná contabiliza três casos confirmados e cinco suspeitos de intoxicação por metanol. As notificações começaram a aumentar no final de setembro, após registros em diferentes regiões do Estado.
O caso de Piên é o primeiro oficialmente registrado na microrregião, o que acende o alerta para municípios vizinhos. Autoridades locais de saúde devem intensificar a fiscalização sobre a origem das bebidas comercializadas e orientar a população sobre os riscos do consumo de produtos sem procedência.
Conscientização é a melhor prevenção
A Sesa reforça que a prevenção é a principal forma de evitar tragédias. A ingestão de bebidas adulteradas pode ter consequências graves e irreversíveis.
“Estamos atentos e preparados, mas é fundamental que cada cidadão faça a sua parte, comprando e consumindo apenas bebidas de origem segura”, completou o secretário Beto Preto.
O caso em Piên segue sob investigação, e o paciente permanece em observação médica. Novas atualizações serão divulgadas conforme a evolução dos exames laboratoriais e das apurações conduzidas pela Secretaria de Estado da Saúde.