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| O caso mais recente ocorreu em Paiçandu, no norte do Paraná, na noite da última sexta-feira (21) - FOTO: Unifil |
Os avistamentos de onças-pardas em áreas urbanas e rurais do Paraná e de outras regiões do Sul do Brasil têm se tornado cada vez mais comuns — e preocupam moradores, autoridades ambientais e especialistas. O aumento dessas ocorrências reforça a necessidade de atenção redobrada durante caminhadas em matas, pescarias, acampamentos e deslocamentos em áreas isoladas.
O caso mais recente ocorreu em Paiçandu, no norte do Paraná, na noite da última sexta-feira (21). Uma jovem onça-parda, fêmea, com cerca de um ano de idade e aproximadamente 25 quilos, foi flagrada no topo de uma árvore dentro do quintal de uma residência no centro da cidade. A moradora acionou as autoridades e registrou o momento em que o animal tentava se equilibrar entre os galhos.
A captura foi feita pela Polícia Militar Ambiental, com apoio do Corpo de Bombeiros, Instituto Água e Terra (IAT) e Defesa Civil. Após ser sedada, a onça foi amparada por agentes que aguardavam com um cobertor para evitar ferimentos na queda. Ela foi encaminhada ao hospital veterinário da Unifil, em Londrina, onde passou por exames de ultrassom e raio-X. A veterinária Daniele Martina informou que o animal estava desidratado, mas estável, e deve ser devolvido à natureza ainda neste sábado (22), em área segura e apropriada à espécie.
AVISTAMENTOS CRESCEM EM TODO O BRASIL
REGIÃO DE PIÊN TAMBÉM REGISTRA AVISTAMENTOS
A região de Piên não está fora dessa realidade. Moradores, agricultores e motoristas têm relatado com frequência aparições de onças-pardas e rastros deixados em matas de reflorestamento e propriedades rurais.
Um dos casos mais marcantes ocorreu em dezembro de 2023, quando um caminhoneiro registrou em vídeo uma onça atravessando uma área de reflorestamento em Lageado. A gravação repercutiu em todo o país e foi confirmada pelo Piên em Notícias, que conversou com o autor das imagens.
Mais recentemente, no mês passado, um fazendeiro da região divulgou um vídeo mostrando seis ovelhas mortas. Os proprietários relataram ter encontrado uma toca na mata com restos de animais, levantando suspeitas sobre a presença de grandes felinos no local. Embora não haja confirmação oficial de que as mortes foram causadas por uma onça, o caso reacendeu o debate sobre a convivência entre comunidades rurais e a fauna silvestre.
Nos últimos anos também houve registros de atropelamentos de onças pardas na rodovia que liga a cidade de Rio Negrinho ao distrito de Volta Grande. Também há relatos e registros de avistamentos em São Bento do Sul e Campo Alegre.
POR QUE ONÇAS APARECEM EM ÁREAS URBANAS?
Especialistas destacam que a expansão humana sobre áreas de floresta reduz o habitat natural desses felinos, obrigando-os a:
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buscar alimento em regiões próximas às cidades;
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deslocar-se por longas distâncias em busca de abrigo;
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utilizar corredores verdes próximos a áreas urbanas.
Com isso, encontros com seres humanos se tornam mais frequentes — e exigem preparo e atenção.
O QUE FAZER EM CASO DE AVISTAMENTO?
O Instituto Água e Terra (IAT) e a Polícia Ambiental orientam a população a seguir medidas fundamentais para evitar riscos:
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Não se aproxime do animal em hipótese alguma.
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Recuar devagar, sem correr e sem virar as costas para o felino.
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Fazer barulho e parecer maior, levantando os braços ou abrindo uma jaqueta, para afastá-lo caso se sinta ameaçado.
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Evite circular sozinho em trilhas, áreas de mata, reflorestamento, pescarias e acampamentos — especialmente ao entardecer e à noite, horários de maior atividade das onças.
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Mantenha crianças e animais domésticos por perto e sempre sob supervisão.
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Acione imediatamente as autoridades para monitorar ou resgatar o animal:
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Polícia Militar Ambiental
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Instituto Água e Terra (IAT) – (41) 99554-0553
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Esses órgãos possuem equipes especializadas em manejo de fauna e devem ser os primeiros a serem comunicados.
ATENÇÃO REDOBRADA EM PIÊN E REGIÃO
Com novos relatos surgindo a cada mês, o Piên em Notícias reforça o alerta à população: as onças-pardas continuam presentes em matas e áreas de reflorestamento da região, e por mais que sejam animais naturalmente ariscos, podem reagir de forma agressiva se forem surpreendidos ou se sentirem ameaçados.
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| Em dezembro de 2023, onça-parda de grande porte foi avistada em Lageado, região próxima a Pìên |
A convivência com a vida selvagem exige respeito, prudência e informação. Ficar atento aos sinais, seguir as orientações e comunicar os órgãos ambientais é fundamental para garantir a segurança de todos — moradores, agricultores e também dos próprios animais, que seguem lutando para sobreviver diante das mudanças no ambiente.

