Futuro político de Piên indefinido



O futuro político de Piên continua indefinido. Primeiro, a cidade se deparou com o assassinato do então prefeito eleito Loir Dreveck, no final de 2016 e, mais recentemente, em novembro deste ano, com o falecimento do vice na chapa, Livino Tureck, o qual se tornou prefeito. Isso porque, até o momento o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) não se manifestou se ou quando ocorrem novas eleições no município. Além disso, hoje iniciou o período de recesso do TRE, prosseguindo até 20 de janeiro. Enquanto nenhuma decisão é tomada, o presidente da Câmara, Eduardo Pires Ferreira (PSDC), continua como prefeito interino.

Tendo em vista que nenhuma decisão foi tomada até o momento pela Justiça Eleitoral, algumas lideranças políticas locais temem que a tão esperada nova eleição, que é a vontade da população conforme manifestações nas redes sociais, acabe não ocorrendo. Por outro lado, existe quem defenda que caso a decisão seja tomada somente depois do fim do recesso, a realização de um novo pleito se tornaria inviável, já que o novo prefeito teria aproximadamente um ano e meio para governar.

A chefe substituta do cartório eleitoral de Fazenda Rio Grande, responsável pelo zoneamento eleitoral de Piên, Samantha Balduino dos Santos Ferst, conta que o processo informando sobre os fatos ocorridos em Piên e sinalizando a necessidade de nova eleição estão ainda no gabinete do juiz eleitoral. “As expectativas ainda caminham no sentido de uma nova eleição, porém, a decisão só deverá ser anunciada no ano que vem, já que o processo precisa ser julgado”, informou.

Possibilidades

O ex-candidato a prefeito João Osmar Mendes (PSDB), conhecido como João Padeiro, perdeu para Loir Dreveck por apenas 120 votos. Ele falou com A Gazeta sobre o que pensa a respeito de uma nova eleição. Explicou que o TRE-PR tem até o dia 31 de janeiro para se manifestar se haverá ou não novas eleições. “Se o TRE marcar a eleição agora nestes últimos dias do ano, eu acho viável uma nova eleição. Porém, se eles deixarem para se manifestar no final de janeiro, para daí somente depois de 90 dias se realizar a eleição, ai fica complicado”, disse o empresário que ainda vem analisando a possibilidade de participar ou não do pleito. 

João, que vem acompanhando o caso de perto com o apoio da equipe que o auxiliou em sua última campanha, explicou ainda que, caso a decisão seja anunciada somente no ano que vem, o prefeito em exercício, neste caso Eduardo Pires Ferreira, terá o direito de entrar na Justiça requerendo a possibilidade de terminar o mandato. "Tenho certeza que se deixarem para marcar essa eleição após o início do ano que vem, qualquer um que esteja no cargo de prefeito interino tem o direito de tentar terminar o mandato, porque é um direito, pois consta no Regimento Interno da Câmara, são questões jurídicas. Mas, em minha opinião, se for para ocorrer uma nova eleição em abril ou maio, realmente fica complicado”, concluiu.

Favorável

Já o presidente interino da Câmara de Vereadores, Beto Honório (PSD), se diz favorável à realização de uma nova eleição em Piên, e afirma ainda que esta é a vontade da maioria da população. Por isso, ele diz que não irá medir esforços para fazer o que for preciso para pressionar o TRE-PR a convocar novas eleições. "Sei que existem movimentações políticas tentando barrar a realização de uma nova eleição em Piên. Não estão querendo mais a vontade do povo e sim a vontade deles. Mas a maioria da população quer uma nova eleição. Não é meia-dúzia de pessoas que tem que decidir quem irá ficar no comando da cidade, e sim os dez mil eleitores", argumentou.

O vereador Élio Taborda (PDT) também é um dos que apoia a realização de um novo pleito em Piên. Ele lembrou que dias atrás, com o apoio da executiva estadual do partido protocolou na secretaria do TRE-PR um ofício solicitando a realização de novas eleições na cidade. "Porém, até agora não tivemos resposta. A população aguarda ansiosa por uma decisão, assim como nós que apoiamos uma nova eleição em Piên", disse.