Críticas pela demora no atendimento no hospital de Piên

Vereadores têm dito que população está reclamando a respeito da demora no atendimento da população no hospital. (Foto: Alexandre Carvalho)


Em outubro completa o primeiro ano de gestão da Santa Casa da Misericórdia, de Curitiba, no hospital de Piên, até então administrado pela Fundação Hospitalar Harry Guido Greipel. Apesar das promessas de ampliação no atendimento, na prática as coisas mudaram muito pouco. Algo recorrente em Piên vem sendo as reclamações por parte da população sobre a demora no atendimento.

Devido às reclamações devido à espera por horas, vereadores também intensificam as cobranças por melhorias. Antes da Câmara iniciar seu período de recesso, muitos parlamentares criticaram o hospital e cobraram uma reunião com a diretoria da unidade. 

Conforme os parlamentares, cerca de 30% das consultas são de pacientes que residem fora de Piên, e isso traz lentidão no atendimento local. Como a Prefeitura de Piên aumentou o repasse mensal ao hospital, os parlamentares não acham justo que apenas Piên pague pelos atendimentos. "O repasse é da Prefeitura mas o dinheiro é do povo. Se o povo está reclamando, estão reclamando com razão. Fico aborrecido com esses dados de atendimento. Para mim, o hospital está dando a mesma coisa que no passado, só que o repasse foi aumentado", disse Giomar da Rosa, o Juma.

A vereadora Seandra Cordeiro de Oliveira também criticou, e saiu em defesa da população que tanto reclama pela demora nos atendimentos. Ela lembrou que atualmente são repassados quase R$ 240 mil por mês para hospital. "Pedimos que fosse colocado mais um médico para atender no plantão só que eles (hospital) colocaram que para isso seria necessário aumentar o repasse em R$ 60 mil. Isso é no mínimo um desaforo. De certo querem um médico formado em Harvard para ganhar tudo isso", criticou. 

Seandra foi ainda mais incisiva em seus últimos discursos na Câmara de Vereadores e salientou que a situação da demora nos atendimentos à população é algo que já chegou ao limite. "Para tudo tem um limite e esse limite deu. Já vai dar um ano agora em outubro. A própria Secretaria Municipal de Saúde já relatou muitas dificuldades nas prestações de contas. Os outros municípios que estão sendo atendidos ali não estão dando nenhum centavo para Piên", disse.

Os vereadores Almir Mielke e Altevir Minikowski, o Tevo, também se manifestaram a respeito dos problemas envolvendo o hospital. Tevo demonstrou total descontentamento com a questão e alegou que a falta de atendimento da população é um desrespeito. "Quero deixar registrado para que a direção do hospital tenha um pouco mais de respeito com nossa população, pois como a Seandra disse, isso já chegou no limite. Temos que defender a população porque é a população quem paga nossos salários", comentou.


O que diz a Direção do hospital

Em relação ao questionamento sobre o tempo de atendimento, o Hospital Santa Casa de Piên esclarece que: "Os atendimentos no Pronto Socorro de Urgência e Emergências seguem normas internacionais e são categorizados a partir de Protocolo de Classificação de Risco. Os pacientes são classificados entre emergência e muito urgente, onde há risco de vida, e em pouco ou não urgente, onde podem aguardar o atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde", cita a direção via nota.

O Hospital Santa Casa de Piên ainda mencionou que é importante reforçar que a instituição possui um médico que realiza os atendimentos no Pronto Socorro. "Com exceção de segunda-feira, onde temos 2 especialistas. O profissional, além de realizar os atendimentos de urgência e emergência no Pronto Socorro, também fica responsável pelo atendimento dos pacientes internados na Santa Casa de Piên para fazer visita aos leitos, prescrição de medicamentos e dar andamento no tratamento. Devido a esse processo, em algumas situações onde o internamento hospitalar possui uma grande demanda de pacientes, o médico precisa dividir o seu tempo, o que pode ocasionar que esporadicamente um paciente aguarde até 3 horas", consta na nota.

A direção do hospital ainda esclareceu que é importante evidenciar que esse tempo de espera é ainda menor do que o estabelecido pelo Protocolo de Classificação de Risco, onde o paciente com menor urgência pode esperar até 240 minutos, ou 4 horas. "Desta forma, mesmo com adversidade temporal, os pacientes são atendidos no hospital por nosso profissional sempre com foco e atenção no indivíduo para o melhor tratamento. Reforçamos ainda o último balanço do hospital, onde mostra que, em média, um paciente triado com baixa urgência demora cerca entre 1 hora e 1h30 para ser atendido na Santa Casa de Piên. Além disso, o Pronto Socorro no mês de maio atendeu o total de 2.176 pacientes, o que é o dobro do contratado com a prefeitura do município", cita o documento.

Por fim, a direção do hospital esclareceu também que vem negociando com as Prefeituras Municipais da região para averiguar a possibilidade de transformar a Santa Casa de Piên em um hospital que seja referência microrregional. "Desta forma, aumentando a possibilidade de angariar investimentos para contratação de mais de médicos, agilizar o atendimento e garantir que a saúde de Piên e região esteja em boas mãos", diz a nota. 


Reunião

Os parlamentares pediram para que o presidente do Legislativo, o vereador Eduardo Pires Ferreira, convocasse a direção do hospital, os membros do Conselho Municipal de Saúde, o prefeito Maicon Grosskopf e demais lideranças da Secretaria Municipal de Saúde para uma reunião para discutir a questão. Mas ainda não há data para o encontro.

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