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Caso chocou o Brasil na semana passada, em Araucária FOTO: Divulgação |
Foi concedida liberdade provisória à educadora acusada de amarrar um menino de 4 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dentro do banheiro de uma escola particular em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na quarta-feira (9).
Detida em flagrante no início da semana por suspeita de maus-tratos, a mulher agora será acompanhada por meio de monitoramento eletrônico, conforme determinação judicial. A investigação, conduzida pela Polícia Civil, segue em andamento para apurar o ocorrido e outras possíveis negligências dentro da unidade educacional.
A escola onde o caso foi registrado, o Centro de Educação Infantil Shanduca, anunciou a suspensão temporária das atividades. A medida foi comunicada aos responsáveis pelos alunos, enquanto a direção da instituição ainda não se manifestou oficialmente sobre os fatos.
Novo caso vem à tona
Após a ampla repercussão do episódio, outro responsável procurou as autoridades relatando uma situação semelhante envolvendo sua filha, de apenas 3 anos. Segundo ele, a criança também foi amarrada em uma cadeira — desta vez, enquanto dormia — dentro da mesma escola. Imagens do ocorrido foram entregues aos investigadores. Ainda não se sabe quem seria o responsável por essa nova ocorrência, mas a advogada das duas famílias informou que o caso da menina será anexado ao mesmo processo que já está em andamento.
Avanço das investigações
Nesta quinta-feira (10), a polícia deve ouvir a proprietária e a diretora da escola, para compreender se havia alguma orientação interna ou protocolo relacionado à condução de crianças com TEA. A linha de apuração também inclui possíveis omissões de outros profissionais que estavam presentes na unidade e, caso confirmada a conivência, essas pessoas poderão ser responsabilizadas criminalmente.
Confissão e flagrante
A ação do Conselho Tutelar foi decisiva para flagrar a situação envolvendo o menino autista, que, por ser não verbal, tem limitações severas na comunicação oral. A denúncia indicava maus-tratos, e, ao chegar ao local, os conselheiros encontraram a criança amarrada por faixas de tecido nos pulsos e na cintura, presa a uma cadeira dentro do banheiro. Ao ser questionada, uma das professoras confessou ter feito a amarração alegando que o menino estaria agitado. Ela foi detida no local.
Relembre o caso
Um menino de 4 anos, autista e não verbal, foi encontrado amarrado a uma cadeira no banheiro de uma escola particular em Araucária. A responsável teria sido uma professora, que foi presa em flagrante, mas ganhou liberdade com uso de tornozeleira eletrônica. A comoção pública foi intensa, e outro caso semelhante, envolvendo uma menina de 3 anos, veio à tona dias depois. As investigações agora buscam esclarecer se outras crianças também foram vítimas de maus-tratos e se houve omissão por parte da equipe da escola.