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Santa Catarina regulamenta lei que proíbe criação e circulação de pitbulls

 

Medida prevê multa de R$ 5 mil, esterilização obrigatória e apreensão em caso de ataque

Santa Catarina deu um passo inédito no Brasil ao regulamentar, por meio do Decreto nº 1047 de 09 de julho de 2025, a proibição da criação e comercialização de cães da raça pitbull e de todas as suas derivações no estado. A nova legislação estabelece uma série de medidas rigorosas com o objetivo de garantir a segurança da população e o bem-estar dos próprios animais.

A partir de agora, está proibida em todo o território catarinense a criação, reprodução e venda de cães da raça pitbull — incluindo suas variantes como American Pit Bull Terrier, Staffordshire Bull Terrier, American Bully (em todas as suas versões), Red Nose, Pit Monster, entre outras. A lei abrange também os cães sem raça definida (SRD), quando oriundos do cruzamento com qualquer dessas raças.

Além disso, torna-se obrigatória a esterilização desses cães a partir dos seis meses de idade. Aqueles que já vivem com tutores poderão circular em espaços públicos somente com o uso de focinheira e guia com enforcador, conduzidos por maiores de 18 anos.

A multa para o descumprimento da lei é de R$ 5 mil, valor que pode dobrar em casos de reincidência. Em situações graves — como ataques, abandono ou maus-tratos — o animal poderá ser apreendido. Também será exigida a reparação de danos causados a pessoas ou outros animais.

De acordo com o secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Emerson Stein, a iniciativa busca mais do que restringir: ela pretende padronizar orientações e promover uma cultura de responsabilidade. “O objetivo é garantir que pets, tutores e a sociedade convivam com mais segurança e harmonia”, declarou.

Já Fabrícia Rosa Costa, diretora de Bem-Estar Animal da pasta, reforça que a medida não é uma condenação à raça, mas sim uma tentativa de protegê-la. “A lei não é contra os cães da raça pitbull e suas derivadas. Pelo contrário, ela é em defesa deles, para evitar sofrimento, abandono e exploração”, afirma. Segundo ela, ser tutor é mais do que amar e brincar: é também garantir o bem-estar do animal e da comunidade.

A fiscalização ficará a cargo dos municípios, com apoio da Polícia Militar. A SEMA será responsável por campanhas educativas sobre os cuidados e responsabilidades exigidos dos tutores.

O decreto completo está disponível no link: CLIQUE AQUI PARA ACESSAR

 

Polêmica em Piên e em todo Brasil

A decisão do governo catarinense chega em um momento de intensos debates sobre segurança e responsabilidade na guarda de cães de grande porte. Em Piên, por exemplo, episódios recentes aumentaram a preocupação de pais, professores e moradores. Um dos casos que mais gerou indignação aconteceu na Escola Municipal Marciano de Carvalho, onde um pitbull foi visto circulando solto nas imediações, provocando pânico entre alunos e funcionários.

No final do mês de junho deste ano um professor de Muay Thai precisou usar suas técnicas para ao ser surpreendido por dois pitbulls


Além dos pitbulls, há um número crescente de cães sem raça definida andando pelas ruas da cidade, alguns dos quais protagonizaram episódios de ataques a crianças e até a idosos. Os relatos de agressões têm sido frequentes, reforçando a urgência de ações que envolvam políticas públicas, campanhas de conscientização e, sobretudo, o comprometimento dos tutores.

Fora do município, os casos também se acumulam. Um dos que mais repercutiram nos últimos meses foi o do professor de Muay Thai, Ernesto Chaves, de 33 anos, no Mato Grosso do Sul. Ele foi surpreendido por dois pitbulls e precisou usar suas habilidades de defesa pessoal para se proteger. O caso ganhou repercussão nacional e reabriu o debate sobre o controle de raças potencialmente perigosas.

Especialistas apontam que o problema não está na raça, mas sim na falta de preparo, responsabilidade e cuidados por parte de alguns tutores. No entanto, o histórico de ataques graves — em muitos casos fatais — envolvendo pitbulls, tem levado estados e municípios a buscarem novas regulamentações.

A proposta da nova lei catarinense, embora polêmica, é justamente equilibrar o direito à guarda de animais com a necessidade de segurança pública e bem-estar coletivo.

Importante destacar que a intenção desta matéria não é discriminar qualquer raça canina. Pelo contrário: trata-se de uma reflexão necessária, baseada em fatos e acontecimentos reais, que visam estimular uma guarda responsável e consciente.


 

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