Familiares convidam toda população para ato que será neste sábado e reforça o clamor por justiça em mais um crime brutal que abalou Piên
A cidade de Piên, no Sul do Paraná, volta a viver dias de angústia, dor e mobilização. Neste sábado (10), familiares e amigos de Jozicler Pieckocz, brutalmente assassinada a marretadas no início deste ano, promovem uma manifestação pacífica pedindo justiça pela vítima e cobrando a condenação dos envolvidos.
O ato terá início às 9h30 da manhã, com concentração em frente ao antigo Camu. A caminhada passará pelas principais ruas do centro da cidade e terminará em frente ao cemitério municipal, onde Jozicler está sepultada. Lá, os familiares devem prestar homenagens e fazer um apelo público por justiça. "Não temos dúvidas da participação do Leonides nesse crime", declarou uma familiar, em entrevista exclusiva ao Piên em Notícias.
Um novo julgamento se aproxima
O ato deste sábado antecede o julgamento que promete entrar para a história de Piên. No próximo 18 de setembro, Leonides Maahs — ex-vereador e marido de Jozicler — volta a encarar o Tribunal do Júri de Rio Negro, ao lado do pedreiro Luan Fabiano Bachel, ambos acusados do feminicídio de Jozicler.
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Jonas Pieckocz é irmão de Josicler |
A acusação é grave e cercada de revolta: segundo o Ministério Público e a investigação da Polícia Civil, Jozicler foi morta de forma cruel, com golpes de marreta e foice, dentro da própria residência, localizada na área rural de Piên. O crime ocorreu na tarde de 11 de fevereiro de 2025 e abalou toda a região.
Gritos de socorro e fuga
Testemunhas relataram gritos vindos da casa do casal naquele dia, mas acreditaram inicialmente que se tratava de mais uma briga conjugal. Minutos depois, Leonides foi visto saindo do local e se dirigindo à Câmara Municipal. Lá, aparentando nervosismo, comentou que havia deixado a esposa em casa com o pedreiro.
Pouco tempo depois, a morte de Jozicler foi confirmada. A Polícia encontrou uma cena de extrema violência. Vizinhos relataram gritos angustiantes: “Ela gritava por ajuda, foi aterrorizante”, contou uma moradora próxima à reportagem do Piên em Notícias.
Suspeito preso após tentativa de fuga
Logo após o crime, Luan Fabiano Bachel, de 32 anos, desapareceu. Ele permaneceu foragido por três dias até ser capturado pela Polícia Militar em São Bento do Sul, no bairro Alpino. Durante a tentativa de fuga, se escondeu em uma área de mata, mas acabou localizado com o apoio da comunidade. Luan e Leonides responderão juntos por feminicídio, com penas que podem chegar a 40 anos de prisão. Ambos permanecem detidos e serão levados a julgamento em setembro.
O fantasma do passado: caso Dreveck
A história de Leonides Maahs com o Tribunal do Júri de Rio Negro não é nova. Em 2022, ele foi julgado por envolvimento no assassinato do prefeito eleito de Piên em 2016, José Loir Dreveck, morto a tiros em uma emboscada que também vitimou o técnico em segurança Genézio de Almeida, confundido com o político.
Naquela ocasião, após seis dias de julgamento, Leonides foi absolvido por falta de provas, ao lado do então ex-prefeito Gilberto Dranka. Mesmo após sua absolvição, Leonides tentou mover uma ação contra a Câmara de Piên para reaver o salário e o mandato perdido durante sua prisão preventiva.
A absolvição em um caso tão emblemático gerou indignação na época. Agora, diante de mais um crime bárbaro, familiares e moradores temem que a história se repita.
Clamor por justiça
A manifestação deste sábado busca mobilizar a cidade. “Não podemos deixar que mais uma mulher seja brutalmente assassinada e o responsável saia impune. É hora de todos unirem suas vozes contra o feminicídio”, disse outro parente da vítima. O Piên em Notícias estará presente durante toda a manifestação, cobrindo ao vivo cada momento e dando voz aos familiares e à comunidade.
E agora?
Com o julgamento marcado para o dia 18 de setembro, cresce a expectativa da sociedade pienense. Será este o momento de reparação? Leonides será, enfim, condenado por um crime brutal — ou mais uma vez deixará o tribunal como inocente?
A cidade espera. A família clama. E a justiça será, novamente, colocada à prova.