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| Corpos foram levados à praça para reconhecimento FOTO: Raull Santiago - arquivo pessoal |
A cidade do Rio de Janeiro voltou a ser destaque mundial após a megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, para combater criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV). A ação, que envolveu cerca de 2.500 agentes das forças de segurança estaduais e federais, resultou oficialmente em 64 mortos – 60 suspeitos e 4 policiais –, além de 81 presos e quase 100 fuzis apreendidos, segundo balanço divulgado pelo Governo do Estado.
Esta é considerada a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro.
A ofensiva integra a chamada Operação Contenção, uma estratégia permanente de combate ao avanço territorial do CV. Na chegada das equipes às comunidades, ainda na madrugada, traficantes reagiram fortemente com barricadas em chamas, rajadas de fuzil e lançamento de explosivos por drones. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram momentos de intenso confronto, com quase 200 disparos em apenas um minuto.
Moradores levam corpos à praça e número de mortos pode chegar a 128
No entanto, o número oficial de mortos pode ser ainda maior. Durante a madrugada desta quarta-feira (29), moradores do Complexo da Penha transportaram pelo menos 64 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, um dos principais pontos da comunidade. Segundo relatos, o objetivo foi facilitar o reconhecimento das vítimas por familiares.
Os corpos, todos de homens, teriam sido encontrados na área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos mais intensos entre policiais e traficantes.
Muitos dos corpos estavam sem camisa, para deixar à mostra tatuagens, cicatrizes e marcas de nascença, e vários apresentavam ferimentos de arma de fogo, alguns com o rosto desfigurado.
Essas mortes não constam no balanço oficial da operação. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que haverá perícia para determinar se os corpos têm relação direta com os confrontos.
Se confirmada a ligação com a operação, o total de mortos pode chegar a 128.
Tensão e reações na cidade
Ao longo da tarde de terça-feira, criminosos realizaram ações de represália em diversos pontos do Grande Rio. Pelo menos 35 vias foram bloqueadas com carros atravessados, barricadas, contêineres e fogueiras, causando caos no trânsito e no transporte coletivo.
O Centro de Operações e Resiliência (COR) da Prefeitura chegou a colocar a cidade em estágio 2 de atenção. Na madrugada, as vias foram liberadas, e às 6h desta quarta-feira o Rio retornou ao estágio 1, de normalidade operacional.
Mesmo com o cenário estabilizado, a cidade segue em clima de apreensão diante da repercussão do episódio, que já ocupa manchetes internacionais.
Operação mais letal da história do RJ
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64 mortos oficialmente (60 suspeitos + 4 policiais)
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Possíveis +64 mortos não contabilizados, encontrados na Serra da Misericórdia
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81 presos
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Quase 100 fuzis apreendidos
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2.500 agentes envolvidos
