Sabe aquelas notícias que revoltam os cidadãos de bem? As pessoas que trabalham honestamente, pagam seus altíssimos impostos e que vivem à mercê da própria sorte? Aquelas situações que escancaram o quão ineficiente é o sistema judiciário brasileiro, rígido para pai que atrasa pensão, mas extremamente tolerante com criminosos reincidentes? Pois bem. Nesta semana, em São Bento do Sul, mais um caso que parece roteiro repetido se confirmou.
A Polícia Militar prendeu, na noite desta segunda-feira (3), um homem de 35 anos, com mais de 60 passagens policiais, enquanto ele tentava roubar um estabelecimento comercial no bairro Serra Alta. Duro de acreditar? Sim. Mas é a realidade cotidiana no Brasil.
Os policiais foram acionados por volta das 19h30, após a Central de Emergências receber informações de que o homem estava sendo contido por funcionários e clientes. Testemunhas relataram que ele havia furtado alguns itens e, ao ser confrontado, reagiu com agressões físicas na tentativa de fugir.
Durante a abordagem, os policiais constataram que o criminoso utilizava tornozeleira eletrônica, e que estava descumprindo medidas impostas pela Justiça — novamente. A ficha dele impressiona: 63 registros policiais por crimes diversos. Inclusive, no dia anterior, já havia sido registrada mais uma ocorrência de violação das normas judiciais. Ou seja, nem mesmo a tornozeleira — que deveria monitorar e restringir seu deslocamento — foi suficiente para impedir mais uma ação criminosa. Diante dos fatos, ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para os procedimentos cabíveis.
Mas aí entra o ponto que indigna a sociedade: por quanto tempo? Quantos dias — ou horas — até que ele esteja novamente perambulando pelas ruas? Rindo da polícia. Rindo da Justiça. Rindo do povo que trabalha duro e paga a conta de tudo isso. Talvez antes mesmo de terminarmos esse texto em tom de indignação, que reflete o sentimento da grande maiores do povo brasileiro, ele já pode estar nas ruas, fazendo suas próximas vítimas.
Brasil: o país da impunidade
Enquanto criminosos reincidentes com extensas fichas criminais circulam livremente, cidadãos inocentes chegam a ficar anos presos injustamente. Sim, e por vários anos. Relembremos um caso recente, que noticiamos aqui: o de Damaris Vitória Kremer da Rosa, jovem gaúcha que ficou seis anos presa injustamente. Mesmo doente, com diagnóstico de câncer e laudos médicos, teve pedidos de liberdade negados pela Justiça.
Quando finalmente foi absolvida, já era tarde. Pouco tempo depois, ela faleceu. Morreu duas vezes: Na alma e no corpo. Enquanto isso, criminosos reincidentes seguem entrando e saindo por uma porta giratória que chamam de sistema penal. Vergonha! É ou não é o retrato do absurdo?
Gabriel o Pensador já questionava há mais de 20 anos:
“Até quando você vai levando porrada, porrada? Até quando vai ser saco de pancada? Até quando você vai levando, porrada, porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada? Pois bem, no Brasil, certamente vamos continuar levando porrada por muito tempo, até porque esse círculo vicioso de inversão de valores não é de agora no Brasil.
A sociedade brasileira segue levando porrada. Os policiais seguem se arriscando. As famílias seguem trancadas em suas casas. Pessoas honestas e trabalhadoras seguem sendo vítimas de bandidos. E os criminosos seguem livres. Quem deveria ser protegido, sofre. Quem deveria ser punido, ri. Bem vindo ao Brasil.
